QUEM EU SOU?
SP . Semana 7 . 09/22
CARA DE UM, FOCINHO DO OUTRO
O MESMO CICLO SE REPETIRÁ EM MINHA VIDA ATÉ QUE EU DECIDA MUDAR!
Todas as famílias repetem padrões de atitudes e comportamentos ao longo de sua história. Cada família é um sistema único formado por um conjunto de crenças que direcionam a forma de aprender e enfrentar a vida. É positivo quando seus membros são flexíveis, criativos e abertos à troca com o meio, buscando qualidade de vida. É negativo quando padrões que, ao serem repetidos, perpetuam problemas. Os padrões de conduta são sustentados e fortalecidos pelas crenças transmitidas de geração a geração. Seus membros podem ou não continuar perpetuando essas crenças como parâmetros para seu caminho pessoal, em especial na transição da juventude para a vida adulta.
Quando somos adolescentes, não queremos nos parecer com nossos pais ou nossas mães. Percebemos as suas falhas, reagimos exageradamente e os desafiamos – em certo grau, isso é normal. Quando chegamos à maturidade, nos damos conta de que eles(as) tinham razão e somente queriam evitar nossas dores.
Os padrões podem ter muitas origens: dos nossos ancestrais, da nossa família natal e da sociedade. Assimilamos aspectos de nossos pais e de nossas mães como, atitudes diante da vida, formas de enfrentar dificuldades ou de falar sobre sexualidade, gostos diversos, costumes e tradições, posições políticas e religiosas, aspectos físicos, o valor que se dá ao trabalho, ao dinheiro e à família, a história de vida de uma avó como referência ou a de um parente que nos apoia, são alguns exemplos.
Há repetições saudáveis e patológicas ou doentias. Nas saudáveis, temos as maneiras de lidar com o dinheiro e o trabalho, com amigos e filhos, com o amor e, com o cuidado do corpo e da saúde. Nas patológicas, temos vício em drogas, transtorno obsessivo-compulsivo, compulsão sexual, sequência de rompimentos de relacionamentos amorosos incompreensíveis, distúrbios alimentares como compulsão e anorexia, entre outros. Alguns exemplos:
Pais ou mães que constantemente sufocam seus(as) filhos(as); ou que são ausentes.
Cônjuges que não sentem desejo sexual por quem amam e sentem desejo excessivo por pessoas sem envolvimento afetivo; ou que são excessivamente ciumentos(as) e possessivos(as).
Alguns sempre se apaixonam por quem não as ama e não se interessa por quem as ama.
Outros sempre têm uma posição submissa em situações que deveria mostrar liderança.
Aqueles outros são sempre autoritários quando gostariam de ser condescendentes.
Muitos querem mudar hábitos alimentares, mas...
Codependência, sentimentos de impotência e paralisia diante de situações são padrões que limitam a vida das pessoas. Estão presas às crenças, conceitos ou ideias que as impedem de enxergar novas possibilidades. Cada resultado negativo reforça as crenças e padrões aprendidos em família, formando um círculo vicioso.
Herdamos comportamentos bons e ruins de nossos antepassados, formando um sistema de crenças sem sintonia com as leis do amor e da liberdade, muitas vezes, baseado no pseudo-amor que é comum em nossa sociedade.
Compreender que cada um de nós tem tendência de funcionar de certa forma não é uma sentença. Escolher não repetir não é, necessariamente, fazer o contrário, mas encerrar o padrão. A prática das virtudes produz sentimentos, comportamentos e resultados positivos formando um círculo virtuoso.
Há heranças que cultivamos e queremos transmitir para as futuras gerações, e também há aquelas que queremos nos desapegar. Necessitamos transformar nossas crenças limitantes, gerando resultados positivos que ampliam a nossa capacidade de criar novos modelos, trocando o círculo vicioso pelo virtuoso, no qual sempre desenvolveremos novos valores e padrões de equilíbrio, ao invés de repetir modelos desequilibrados herdados de nossos pais e nossas mães, que herdaram de nossos(as) avôs(ós) que, por sua vez, herdaram dos nossos(as) bisavôs(ós), e assim retroativamente. Portanto, para não passar para a próxima geração, precisamos transformá-los.
Porém, há que se ter o cuidado de não criar um antimodelo, caindo na permissividade extrema como reação ao modelo herdado, gerando distorções na educação dos(as) filhos(as).
Quanto mais informações tivermos sobre a nossa família e sobre nós, teremos mais consciência das possibilidades de escolha. A consciência liberta e o objetivo das terapias é amplia-la. Resgatar memórias, se conscientizar das origens e entender os porquês nos ajudam a conhecer a verdade e a dar sentido à quem somos.
Cristina Syono | Psico-Arte-Fototerapia | WhatsApp +55 11 99624-6801
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