QUEM EU SOU?
SP . Semana 34 . 05/23
NÃO É PARA QUEM SE CONTENTA COM MENTIRAS!
HORA DE SER VERDADEIRO(A) COMIGO MESMO(A): EU SOU FALSO(A)?
Falsidade vem do latim falsitas. De acordo com os dicionários, falsidade é característica daquilo ou de quem é falso; desprovido de verdade; calúnia; mentira; ação de fingir; maldade ou hipocrisia; tendência para ser desleal; perfídia; qualidade do que é falso; disposição para enganar; alteração propositada da verdade; falsificação; adulteração, fraude; atributo do que se opõe à verdade; qualidade do que pretende ser verdadeiro, mas não é; apenas aparência de verdade. No campo jurídico, é delito que se comete contra a fé pública, caracterizado pela modificação intencional da verdade, com o objetivo de fazer com que alguém seja prejudicado. Alguns sinônimos: tredice, aleivosia, farsa, impostura, traição.
Falsidade é contrário à verdade ou à realidade. Exemplificando, é um ato enganoso, um sentimento fingido, um comportamento dissimulado, com a finalidade de esconder algo e/ou transformar a realidade. É manifestação da falta de caráter e é usada por alguém para esconder sua verdadeira personalidade.
Juridicamente, falsidade ideológica é crime de fraude por omissão de dados ou declarações que deveriam constar em documentos públicos ou particulares, ou inserir declarações ou dados falsos ou diferentes daqueles que deveriam ser declarados em documentos, com o objetivo de enganar ou de esconder a verdade sobre os fatos relevantes juridicamente. Tipificado no artigo 299 do Código Penal Brasileiro com pena de reclusão de um a cinco anos e multa se o documento é público, e reclusão de um a três anos e multa se o documento é particular. Se o agente é funcionário público e comete crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. As pessoas que criam perfis falsos (ou, para quem quiser, perfil fake) nas redes sociais cometem o crime de falsa identidade, tipificado no artigo 307 do Código Penal Brasileiro com pena de detenção de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave. Já a pessoa que promete não mentir em um julgamento, mas acaba mentindo está cometendo o crime de perjúrio, isto é, jurar em falso.
Em geral, não sabemos se as pessoas estão sendo verdadeiras ou se estão agindo para obter vantagens ou nos prejudicar. A falsidade nos impede de saber se as pessoas realmente gostam de nós, enfraquecendo as relações, podendo finalizar amizades, namoros, casamentos, sociedades mercantis, entre outros. A desconfiança constante em relação às intenções das pessoas pode comprometer a convivência, ocasionando desentendimentos e insegurança. É comum levar algum tempo para identificarmos a falsidade em alguém com quem convivemos, percebendo que ele(a) faz e fala coisas não correspondentes à verdade ou à realidade.
QUEM É FALSO(A)?
É alguém que manipula as pessoas a fazerem sempre o que ele(a) deseja; procura manter um ótimo relacionamento com todos(as), porém sempre critica sem que a pessoa criticada esteja presente para se defender, isto é, nunca critica diretamente, pois não tem interesse em ajudar a melhorar quem ele(a) critica; mente em várias situações; finge sentimentos que não são reais; trata bem somente aqueles(as) que têm poder ou que podem oferecer alguma vantagem; sempre busca benefícios para si mesmo(a), sem se importar com os demais; gosta de aparecer e estar em evidência; sempre participa das rodas de fofocas e seu assunto é a vida alheia; é extremamente simpático(a), agradável e sempre elogia as pessoas, fingindo gostar deles(as) mais do que de fato gosta ao concordar com as ideias deles(as); e não hesita em prejudicar as pessoas quando percebe que pode obter algum benefício.
EU CONSIGO OUVIR SOMENTE A VERDADE O TEMPO TODO?
Mentira vem do latim mentiri que faz alusão à construção de uma falsa realidade a partir de conhecimentos concretos deformando a verdade, isto é, dizer algo sabendo que é falso.
De acordo com os dicionários, mentira é o ato de mentir, enganar, iludir ou ludibriar; engano; impostura; fraude; falsidade; afirmação de algo que se sabe ou suspeita ser falso; não contar a verdade ou negar o conhecimento sobre algo que é verdadeiro. É um ato imoral ou criminal. Alguns sinônimos: lograr, embuste, farsa, trapaça, lorota, balela, boato, burla, tramoia, treta.
Alguém pode escolher entre mentir ou falar a verdade, sabendo a diferença entre as duas opções. E para grande parte das pessoas, uma das piores coisas é ouvir uma mentira de alguém em quem se confia.
A mentira está presente cotidianamente na vida de todos nós, desde mentiras "inofensivas" até mentiras com o objetivo de prejudicar outra pessoa por vingança ou maldade. Nos vemos diante de situações em que não respondemos sincera e honestamente a um questionário, ou não admitimos que não gostamos da comida preparada por alguém especial, ou ainda, damos desculpas inverídicas para recusar um convite, são alguns exemplos.
AH, EU NÃO SOU MENTIROSO(A)...
O ser humano é mentiroso em seu cotidiano, um estudo da Universidade de Massachusetts mostra que cerca de 60% dos adultos são incapazes de conversar por dez minutos sem dizer pelo menos uma mentira quando conhecem o interlocutor. Se não há muita intimidade entre as pessoas, a média de mentiras sobe para três durante os dez minutos de conversa.
Em uma sociedade contraditória, em que se condena quem mente, mentindo; as mentiras se tornam a base da convivência, pois as pessoas parecem sempre buscar atender às expectativas dos outros.
Em determinados contextos, alguém pode decidir livremente contar uma mentira com o objetivo de evitar um desgosto, mal-estar ou sofrimento, é a chamada mentira piedosa. Há a boa intenção e a atitude benevolente, ou seja, a diferença está na intenção, não no conteúdo. No entanto, o que muitas vezes acontece, tanto na mentira piedosa como na mentira não piedosa, é que a pessoa se sente enganada quando descobre a verdade. O debate moral considera que a mentira trata-se de uma mentira por si só, isto é, mentira é mentira.
Algumas mentiras podem ser maléficas para as pessoas próximas e podem levar a consequências graves. As redes sociais aumentam a quantidade de mentiras sobre a própria vida, criando uma ilusão de perfeição e felicidade que podem ser inexistentes na realidade, mas as mídias sociais não são as responsáveis por esse comportamento, o ser humano é o responsável por contar mentiras, seja para se tornar socialmente mais aceito, por autodefesa ou autoproteção, por baixa autoestima e querer provar algo, para não lidar com a responsabilidade ou para não ser corrigido, escapar das punições e do julgamento dos outros, esconder um comportamento que não é aceito ou esperado, ou por insatisfação com a própria vida, criando uma vida paralela, entre outros.
MENTIROSO(A) PATOLÓGICO(A)
A mentira em excesso ou de forma compulsiva pode sinalizar um transtorno psicológico, a mitomania ou pseudologia fantástica ou mentira patológica. O(A) mentiroso(a) compulsivo(a) ou mitomaníaco(a) ou mitômano(a) não controla as mentiras, não tem objetivo ao mentir, mente sem estar sob pressão e é capaz de crer na própria mentira. Ele(a) usa a mentira como uma ferramenta para se consolar e se acalmar ao mascarar suas angústias e sofrimentos. É um hábito patológico que, geralmente, contém alguns traços de realidade para facilitar o convencimento das pessoas e de si mesmo(a), e, na maioria dos casos, não age de má fé exceto se ele(a) for um(a) psicopata (ou sociopata). Costuma ter autoestima muito baixa e precisa das falsas histórias para se sentir mais seguro(a), é frustrado(a) por não viver efetivamente o que conta às pessoas e não estabelece laços profundos com elas.
PREMISSAS FALSAS COM APARÊNCIA DE VERDADE, ARGUMENTOS INCONSISTENTES, OU EU SOU ALGUÉM QUE MENTE DE MANEIRA DISSIMULADA?
Falácia vem do latim fallacia que indica algo que é falaz, isto é, que engana e ilude, fraudador; e o termo fallacia vem do verbo fallere que significa enganar; é iludir; erro; falsidade; mentira. É usado na retórica e na lógica, este último é um ramo da Filosofia que analisa as leis do pensamento e estas têm relação com a ideia da verdade. Falácia se refere ao argumento que parece válido à primeira vista, mas não é, ou seja, apresenta uma falha lógica e, portanto, invalida o argumento mesmo que todo o restante do raciocínio esteja correto; isto é, uma conclusão errada a partir de proposições incorretas. Sinônimo de ardil ou logro, atitude para obter vantagem sobre outra pessoa, enganando-a.
O MEU RACIOCÍNIO É "TORTO"?
Falácia, geralmente, é uma ideia errada transmitida como verdadeira enganando as pessoas, ou seja, é uma forma de raciocínio errada por equívoco ou inocentemente (paralogismo), ou propositalmente (sofisma) com a intenção de manipular as pessoas emocional ou psicologicamente por desonestidade ou falta de caráter. É um argumento ou raciocínio apresentado como válido mas que não é, como, por exemplo, aceitar uma ideia como se fosse verdadeira por não ser possível demonstrar sua falsidade. É a expressão de mensagens enganosas que parecem verdadeiras - usando palavras verossímeis num formato crível -, alguns meios de comunicação difundem mentiras com o objetivo de manipular a opinião pública. Curiosamente, no século XVI, os erros da imprensa eram conhecidos como mentiras da imprensa (ou, para quem quiser, fake news).
EU NUNCA SOU ENGANADO(A)... JAMAIS...
Há tipos de falácias e cada uma é focada num método ou técnica diferente para tentar convencer a partir de um argumento falso. Um exemplo é o falso dilema ou a falsa dicotomia que consiste na apresentação limitada de opções - em geral duas opções - ou escolhas como únicas, quando na verdade existem outras hipóteses ou alternativas. Outro tipo de falácia é partir do pressuposto de que algo é verdadeiro porque não se provou que é falso, ou que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. Entre outros, há:
+ Caricaturar, deturpar e exagerar os argumentos do(a) interlocutor(a) de modo a retirá-los do contexto e refutá-los;
+ Inventar, ajustar ou manipular a informação para produzir um sentido posterior, parecendo que tudo advém de uma conclusão lógica com padrões onde não há, por conveniência;
+ Distorcer publicamente o(a) interlocutor(a), desacreditando-o(a), para distorcer também suas ideias, desacreditando tudo o que ele(a) diz, em vez de combater as ideias do argumento diretamente;
+ Extrapolar ou generalizar sem se apoiar em premissas lógicas, ou seja, é dado arbitrariamente sem evidências suficientes e, geralmente, levam à más induções e conclusões erradas;
+ Partir de uma realidade concreta e objetiva para um critério moral que deveria ser correto;
+ Apresentar argumento demagógico (que conduz o povo) com a pretensão de convencer o público apelando às suas emoções;
+ Inverter a relação entre causa e efeito.
Entre tantos outros tipos...
Sofisma é quando alguém emite uma falácia com intenção maliciosa, isto é, conhecendo o erro lógico. É uma refutação aparente com um argumento capcioso para defender algo falso, expondo premissas falsas como sendo verdadeiras com aplicação incorreta de um princípio válido ou de um princípio inexistente.
SENDO VERDADEIRO...
Primeiramente, é preciso que o(a) mentiroso(a) saiba da verdade para, depois, criar uma história falsa. A própria pessoa que mente é a mais enganada e se aprisiona às suas próprias mentiras, pois não poderá esquecer o seu relato falso para sustentá-lo. É difícil manter a memória de algo que não aconteceu de fato, pois a verdade tem o registro do fato ocorrido concretamente que é lembrado mais facilmente.
Pode estar difícil viver a verdade por ter se habituado, provavelmente desde criança, a criar muitas mentiras. A opção é pela verdade e exercitá-la com atos de coragem e de responsabilidade, assumindo os erros e as falhas, enfrentando e resolvendo as dificuldades. O objetivo, a intenção e as causas que o(a) levaram a optar pela mentira na vida ficarão no passado - é uma história de aprendizado.
REFLITA!
QUAL É O REAL MOTIVO QUE ME IMPULSIONA A MENTIR?
QUAIS SÃO O GRAU DE SEVERIDADE E O TAMANHO DO IMPACTO DAS MENTIRAS QUE EU CONTO?
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS, PARA OS OUTROS, DAS MENTIRAS QUE EU CONTO?
EU FAÇO DISTINÇÃO ENTRE QUEM DIZ A VERDADE E QUEM MENTE?
Caso não consiga superar suas dificuldades, procure ajuda.
Cristina Syono | Psico-Arte-Fototerapia | WhatsApp +55 11 99624-6801
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