QUEM EU SOU?
SP . Semana 40 . 06/23
SÓ SEI QUE NADA SEI!...
CONHECER A MIM MESMO(A), ME AUTOANALISAR E RECONHECER A MINHA IGNORÂNCIA
Sócrates nasceu por volta de 470 a.C. em Atenas, na Grécia. Filho do escultor e pedreiro Sophroniscus e da lavadeira e parteira Phaenarete. Casado com Xantipa e pai de três filhos: Lamprocles, Sophroniscus e Menexenus. Na juventude, trabalhou como artesão e, posteriormente, participou de assembleias públicas e do conselho legislativo de Atenas entre 406 e 405 a.C., onde identificou a corrupção da dinastia dos Trinta Tiranos e quase morreu ao denunciar o desvio de fundos. Lutou nas Guerras Pérsicas e do Peloponeso e foi elogiado por Alcibíades, o herói de Atenas, por tê-lo salvo.
Era um homem sábio e inteligente, se dedicou à Filosofia, após se aposentar, sobre a essência das coisas, da natureza, do ser humano, da alma: como o que é a verdade, o que é o bem, o que é a justiça, o que é o amor, o que é a beleza; e sobre a imortalidade da alma e a busca da virtude como bem mais valioso que o dinheiro, são alguns exemplos. Considerava que a verdadeira descoberta estava no interior do ser humano e buscava os conceitos ou definições das coisas.
Questionava as pessoas que se consideravam sábias e, em geral, elas não conseguiam mais responder a partir de determinado ponto. Questionando se conhece mais sobre si mesmo e sobre o mundo, isto é a dialética em que o conhecimento se dá por meio de perguntas e respostas, permitindo perceber e evitar contradições.
O método se divide em duas partes:
1 – Ironia ou refutação: perguntas para a descoberta de que não se sabe o que se pensa, isto é, percepção da própria ignorância - origens, princípios, conceitos, definições.
2 – Maiêutica: perguntas para a construção do saber.
Dialogando, pode-se chegar a um conceito ou definição, resultando em uma ideia nova.
Sócrates era sincero e cônscio de que não sabia tudo, não conhecia tudo o que tinha para aprender do que sabia e que poderia aprender coisas novas além de melhorar seu conhecimento do que aprendera.
Para ele, o bem, a virtude e o conhecimento caminham juntamente, ao contrário da maldade que se liga à ignorância, ou seja, ao tirar as pessoas da ignorância, elas não fazem o mal por conhecerem o bem. É preferível sofrer uma injustiça a praticá-la e jamais usar o mal em resposta ao mal, retribuindo sempre com o bem. Ele viveu a filosofia que ensinava aos outros, ou seja, sua história de vida ou biografia é o seu pensamento - e percebeu que alguns tipos de pensamento só podem existir se a alma for imortal.
Em 399 a.C., Sócrates foi mal visto pela soberba e orgulhosa aristocracia grega que o levou a julgamento, em praça pública, pelo Conselho dos Quinhentos composto por 500 homens. Acusados por Ânito, Meleto e Lícon, na primeira votação foram 280 votos a favor da condenação. A pena alternativa proposta pelo réu foi recusada e a segunda votação foram 360 votos a favor da condenação à morte livre dos atenienses com a sentença de morrer envenenado por cicuta: o(a) condenado(a) bebe o veneno, ninguém o(a) mata. No Tribunal de Heliastas, Sócrates, aos 71 anos, optou por tomar veneno a ser exilado, escolheu morrer a negar o que fazia e ensinava, pois, para ele, a vivência das virtudes evita a corrupção da alma porque elas permanecem, na alma, após a morte e são mais valiosas do que o corpo.
"Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte seria um maravilhoso presente. (...) Assim, se a morte é isso, eu por mim a considero um presente, porquanto, desse modo, todo o tempo se resume a uma única noite. (...) Se, ao contrário, a morte é como uma passagem deste para outro lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, ó juízes, maior do que este? (...) É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas vidas; quem terá a melhor sorte? Só os Deuses sabem." (Apologia de Sócrates, por Platão)
NOTA: Imagem da estátua de mármore de Sócrates, do escultor italiano Picarelli - localizada em frente a academia de Atenas.
REFLITA!
EU VIVO A VERDADE QUE ME É REVELADA?
Filme "Sócrates", direção de Roberto Rossellini, 1.971.
Pintura "A morte de Sócrates", de Jacques-Louis David, 1.787.
Cristina Syono | Psico-Arte-Fototerapia | WhatsApp +55 11 99624-6801
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