SOBRE A ARTERAPIA
Arte vem do latim ars ou artis que significa maneira de ser ou agir, conduta, habilidade, ciência, talento, ofício. Terapia vem do grego therapeía-as que significa serviço, atendimento, tratamento, cura (dicionário Priberam).
Portanto, podemos entender a arteterapia como a ciência de tratar, por meio da arte, a pessoa na sua maneira de ser e agir.
A atividade em arteterapia é de caráter transdisciplinar, permeando os campos da psicologia, filosofia, psiquiatria, neurologia, fonoaudiologia, antropologia, sociologia, comportamental, corporal, ocupacional, educacional e artes, considerando a integralidade do ser.
Utilizando as linguagens artísticas como ferramentas arteterapêuticas, trabalhamos a sua autoexpressão no processo de autoconsciência que consiste no reconhecimento honesto e sem autocensura dos seus próprios pensamentos, comportamentos e sentimentos, como medos e inseguranças, antes ignorados, atuando, mais rapidamente, na prevenção, recuperação, tratamento e melhora da sua qualidade de vida. Cuidando integralmente dos aspectos físico, mental, emocional e espiritual, aprimorando a sua percepção, atenção e concentração, memória, pensamento, antecipação, exploração, execução e controle da ação, contribuindo para que você se constitua como autor da própria história com autonomia, iniciativa e autorresponsabilidade, numa jornada de descoberta de quem você é, onde você está, para onde você vai, o que você tem e o que você precisa para chegar onde quer estar na vida.
São usados recursos artísticos que vão se somando ao processo verbal, como as linguagens plástica, sonora, literária, dramática e corporal, a partir de técnicas expressivas como a pintura, o desenho, a escultura, a modelagem, a gravura, a colagem, a fotografia, a prosa e a poesia, a música, a dança, o teatro, o audiovisual, entre outros.
A escolha da técnica e do material utilizado, não são aleatórios, têm um propósito conforme o modelo de estudo de Lusebrink & Kagin sobre o Expressive Therapies Continuum - ETC.
Na arteterapia, não há preocupação com a habilidade técnica ou talento, nem há qualquer julgamento estético. O intuito é proporcionar bem-estar, objetivamente trabalhando as suas emoções e os seus sentimentos expressos e transmitidos na obra por meio da produção artística e atuar em questões psíquicas, funcionando como um canal de expressão em que a atividade criadora é um instrumento e a arte é uma via de transformação. Por exemplo, usar a fotografia para expressar sentimentos que podem se manifestar por meio de símbolos ou sinais, revelando a sua interioridade, o seu modo de ser e a sua visão de mundo, possibilitando a resolução de conflitos pessoais e de relacionamento, e o desenvolvimento da sua personalidade. A ordenação quanto à estruturação consciente da obra simbólica é uma consequência do processo arteterapêutico.
É um recurso que ajuda pessoas com dificuldades em expressar seus pensamentos, sentimentos e necessidades, e, também, ajuda pessoas verborrágicas que necessitam moderar sua expressão oral ou verbal, encontrando seu equilíbrio.
Explora-se o aspecto lúdico da infância, esquecido à medida que nos tornamos adultos. As capacidades de abstrair, admirar a beleza ou refletir sobre uma história estimula a criatividade e o intelecto, independente da idade, potencializando suas capacidades de raciocínio e imaginação. A arteterapia, o faz voltar o olhar para a arte, com benefícios, seja de forma ativa, ao produzir a arte simbólica, ou de forma passiva, ao visitar uma exposição com o propósito arteterapêutico, por exemplo.
O atendimento arteterapêutico é indicado às pessoas de todas as idades, incluindo aquelas com dificuldades motoras, individual ou em grupo, em consultórios, hospitais, instituições de ensino e empresas.
A arteterapia é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde dentro das Políticas Nacionais de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e, é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017 pela portaria número 849/2017.
Na educação, estimulamos o desenvolvimento da criatividade, desbloqueando o processo criativo: medos da expressão e do julgamento, e a ansiedade; melhorando a autoestima, o desempenho escolar e comportamentos.
No ambiente corporativo, ajudamos colaboradores a explorar as emoções, lidar com o estresse, elevar a autoestima e, desenvolver a autoconsciência, o potencial pessoal, a criatividade e as habilidades sociais.
Na área artística, aplicamos oficinas de sensibilização para desenvolver a autoconsciência, e também na formação e preparação de atores para interpretação das personagens.
O profissional arteterapeuta precisa de formação específica de acordo com as normas da União Brasileira de Associações de Arteterapia (UBAAT).
ARTETERAPIA E Z-MET
Z-MET é a sigla para técnica de elicitação da metáfora de Zaltman - uma ferramenta de pesquisa de mercado.
Há um consenso geral de que dois terços de todo significado social é trocado não verbalmente que é consistente com dois terços de todos os estímulos visuais que chegam ao cérebro. A expressão facial, o gesto físico, o espaço físico, o traje, o cheiro, a frequência de toque, o timbre da voz, a ressonância, o tom, o andamento e duração silábica, o ritmo e outras qualidades da fala que determinam se queremos dizer o que dizemos.
O pensamento ocorre na forma de imagens e envolve a capacidade de exibir e ordenar essas imagens. Essas representações neurais são visuais, auditivas, táteis, matemáticas e assim por diante. Apenas raramente essas imagens são palavras. Quando ligada a imagens não-verbais, no entanto, a comunicação é mais profunda e variada do que a linguagem verbal permite sozinha.
O pensamento abstrato é moldado por experiências perceptivas e motoras. Há demonstrações neurológicas e cognitivas para essa premissa e suas implicações para a comunicação interpessoal. O que é notado em uma imagem espelha os mapas internos que as pessoas usam inconscientemente para estruturar e compreender a experiência.
O cérebro funciona de maneiras diferentes com imagens em movimento e com imagens estáticas. Todos os pensamentos são relevantes e podem ser articulados com ajuda. Uma variedade de técnicas da fototerapia e da arteterapia são usadas para trazer pensamentos à tona e explorar as imagens a partir de outras perspectivas. (Gerald Zalteman – Harvard Business School)